sexta-feira, 27 de maio de 2011

CONSTRUTORES DA VIDA


Por mais que possamos gostar da vida que estamos vivendo no corpo físico, um dia, todos nos morrermos, isto é fato.
Morrem os pobres e morrem os ricos.
Foi assim que um dia aquele homem, que detinha poder e muitas posses, foi habitar o além.
Chegando lá,  recebido pelo benfeitor, encarregado de conduzi-lo à sua nova residência.
Caminhavam calmamente por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado  extenso e grande variedade de árvores e jardins.
Ao passarem por uma das casas, o benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse: “observe!   Aquela é a casa de sua cozinheira.” “Mas ela   ainda não morreu”, respondeu o homem
Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse: “essa é a casa do seu jardineiro.”
Discretos regatos com águas cantantes e  cristalinas cortavam os gramados verdes.
O homem estava muito animado, pois se  seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso?
Caminharam por mais algum tempo,   quando o benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto
Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência. O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador:
“como posso eu, um homem rico e possuidor de muitos bens, morar agora nesse barraco caindo aos pedaços? Sem dúvida deve ser uma brincadeira!”
“Infelizmente não é, meu filho”, falou amavelmente o benfeitor. E acrescentou: “todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra.
São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, no mundo espiritual.
Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade e desinteresse, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida.”
“Mas como saber disso, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?”, objetou o infortunado.
“Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de     um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam.”
Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta
REFLETINDO...
Nossos maiores tesouros são as virtudes.
A compaixão, a fraternidade, a solidariedade, a ternura, o afeto, são elementos importantes               na construção da beleza e da harmonia.
A honestidade, a dignidade, a humildade, a indulgência e a justiça, são virtudes essenciais para construções sólidas e indestrutíveis
Assim sendo, vale a pena investir nesses tesouros desde hoje, pois a imortalidade não é uma proposta para ser pensada depois da  morte, é uma realidade para ser vivida hoje.

sábado, 21 de maio de 2011

LIÇÃO DE VIDA PARA O OCIDENTE


      A carta abaixo foi escrita por um imigrante vietnamita que é policial no Japão (Fukushima). Foi enviada a um jornal em Shangai que traduziu e publicou. Recebi essa tradução, com a nota de ter sido traduzida o mais fielmente possível ao texto original.
Querido irmão,
           Como estão você e sua família? Estes últimos dias têm sido um verdadeiro caos. Quando fecho meus olhos vejo cadáveres e quando os abro, também vejo cadáveres.
      
Cada um de nós está trabalhando umas 20 horas por dia e mesmo assim, gostaria que houvesse 48 horas no dia para poder continuar ajudar e resgatar as pessoas.
          
 Estamos sem água e eletricidade e as porções de comida estão quase a zero. Mal conseguimos mudar os refugiados e logo há ordens para mudá-los para outros lugares.
           
Atualmente estou em Fukushima – a uns 25 quilômetros da usina nuclear. Tenho tanto a contar que se fosse contar tudo, essa carta se tornaria um verdadeiro romance sobre relações humanas e comportamentos durante tempos de crise.

           As pessoas aqui permanecem calmas – seu senso de dignidade e seu comportamento são muito bons – assim, as coisas não são tão ruins como poderiam. Entretanto, mais uma semana,e  não posso garantir que as coisas não cheguem a um ponto onde não poderemos dar proteção e manter a ordem de forma apropriada.

           Afinal de contas, eles são humanos e quando a fome e a sede se sobrepõem à dignidade, eles farão o que tiver que ser feito para conseguir comida e água. O governo está tentando fornecer suprimentos pelo ar enviando comida e medicamentos, mas é como jogar um pouco de sal no oceano.

           Irmão querido, houve um incidente realmente tocante que envolveu um garotinho japonês que ensinou  a um adulto como eu, uma lição de como se comportar como verdadeiro ser humano.

           Ontem à noite fui enviado para uma escola infantil para ajudar uma organização de caridade a distribuir comida aos refugiados. Era uma fila muito longa . Vi um garotinho de uns 9 anos. Ele estava usando uma camiseta e um par de shorts.

           Estava ficando muito frio e o garoto estava no final da fila. Fiquei preocupado se, ao chegar sua vez, poderia não haver mais comida. Fui falar com ele. Ele disse que estava na escola quando o terremoto ocorreu. Seu pai trabalhava perto e estava se dirigindo para a escola. O garoto estava no terraço do terceiro andar quando viu a
tsunami levar o carro do seu pai.

           Perguntei sobre sua mãe. Ele disse que sua casa era bem perto da praia e que sua mãe e sua irmãzinha provavelmente não sobreviveram. Ele virou a cabeça para limpar uma lágrima quando perguntei sobre sua família.

           O garoto estava tremendo. Tirei minha jaqueta de policial e coloquei sobre ele. Foi ai que a minha bolsa de comida caiu. Peguei-a e dei-a a ele. “Quando chegar a sua vez, a comida pode ter acabado. Assim, aqui está a minha porção. Eu já comi. Por que você não come”?

           Ele pegou a minha comida e  fez uma reverência. Pensei que ele iria comer imediatamente, mas ele não o fez. Pegou a bolsa de comida, foi até o início da fila e colocou-a onde todas as outras comidas estavam esperando para serem distribuídas.

           Fiquei chocado.  Perguntei-lhe por que ele não havia comido ao invés de colocar a comida na pilha de comida para distribuição. Ele respondeu: “Porque vejo pessoas com mais fome que eu. Se eu colocar a comida lá, eles irão distribuir a comida mais igualmente”. Quando ouvi aquilo, me virei para que as pessoas não me vissem chorar.

           Uma sociedade que pode produzir uma pessoa de 9 anos que compreende o conceito de sacrifício para o bem maior deve ser uma grande sociedade, um grande povo.
Envie minhas saudações a sua família. Tenho que ir, meu plantão já começou.

           Ha Minh Thanh

DEZ COISAS A SEREM APRENDIDAS COM O  JAPÃO

           1 – A CALMA
           Nenhuma imagem de gente se lamentando, gritando e reclamando que “havia perdido tudo”. A tristeza por si só já bastava.

           2 – A DIGNIDADE
           Filas disciplinadas para água e comida. Nenhuma palavra dura e nenhum gesto de desagravo.

           3 – A HABILIDADE
           Arquitetos fantásticos, por exemplo. Os prédios
balançaram, mas não caíram.

           4 – A SOLIDARIEDADE
           As pessoas compravam somente o que realmente necessitavam no momento. Assim todos poderiam comprar alguma coisa.

           5 – A ORDEM
           Nenhum saque a lojas. Sem buzinaço e tráfego pesado nas estradas. Apenas compreensão.

           6 – O SACRIFÍCIO
           Cinqüenta trabalhadores ficaram para bombear água do mar para os reatores da usina de Fukushima. Como poderão ser recompensados?

           7 – A TERNURA
           Os restaurantes cortaram pela metade seus preços. Caixas eletrônicos deixados sem qualquer tipo de vigilância. Os fortes cuidavam dos fracos.

           8 – O TREINAMENTO
           Velhos e jovens, todos sabiam o que fazer e fizeram exatamente o que lhes foi ensinado.

           9 – A IMPRENSA
           Mostraram enorme discrição nos boletins de notícias. Nada de reportagens sensacionalistas com repórteres imbecis. Apenas reportagens calmas dos fatos.

           10 – A CONSCIÊNCIA
           Quando a energia acabava em uma loja, as pessoas
recolocavam as mercadorias nas prateleiras e saiam calmamente.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

ÊTA HOSPITAL ARRETADO!

  Descobrir que está morto e assistir ao próprio enterro. É assim que começamos a conhecer a história de Biu do Leite, um nordestino trabalhador que descobre a vida após a morte quando vê sua família e seus amigos velando o seu corpo. Essa é “Eta Hospital Arretado”, peça de Sydney Costa,  encenada pelo Grupo de Teatro Espírita EmCena. O espetáculo será apresentado nos dias 4 e 5 de junho de 2011, às 19h30, no teatro Santa Roza, em João Pessoa.
Durante a peça são discutidas temáticas como vida após a morte, reencarnação, vidas passadas. Eta Hospital Arretado é uma obra de temática forte, que retrata sofrimento, seca, falta de condições de vida, mas que tem um tom cômico. São quase sessenta minutos onde o espectador irá se emocionar,  rir e refletir sobre os propósitos da vida.
O espetáculo traz, ainda, canções do folclore nordestino, músicas de Antônio Nóbrega, Cabrueira, Mestre Ambrósio e Luiz Gonzaga, além de trechos do poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto.
“O Nordestino hoje é um exemplo de homem de fé, que apesar de todo sofrimento, não se revolta contra Deus, muito pelo contrário, a fé aumenta cada vez mais. Vem nessa condição de sofrimento para trabalhar o orgulho de uma vida passada”. Essa é a fala de um dos personagens, quando consola o morto, Biu do Leite, que questiona o porquê de tanto sofrimento com a seca.

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe Sozinha


Dizem "mulher da alegria",
Quando ela passa na rua;
A pobre mãe continua,
Os olhos fitos no chão!...
Quanto fel, quanta agonia
Nessa mulher que condenas!...
Ninguém lhe conhece as penas
Cravadas no coração.
Tristeza no desconforto,
Sem palavra que a revele,
Trapos dourados na pele,
Traz a angústia por dever.
Viúva de um vivo morto,
Ei-la que segue sozinha,
Tem ao longe, a pobrezinha,
Um filho quase a morrer.
Já bateu a tanta porta,
Já pediu a tanta gente!...
Dói-lhe a ferida pungente
De ter sido mãe sem lar;
Abatida, semimorta,
Apenas vê no caminho
A febre e a dor do filhinho
Que a morte lhe quer roubar.
Tu que cresceste na estrada,
Desde o berço de ouro e rendas,
Entre mimos e oferendas
De paz, segurança e luz,
Fita essa mãe desolada,
Na penúria que a consome...
Talvez que ela tenha fome
Ao peso da própria cruz.
Não lhe zombes da amargura,
Também foi criança, um dia,
Brincava, estudava e ria,
Rosa ao fulgor da manhã;
Também foi bela e foi pura,
Hoje, nas mágoas que trilha,
Podia ser nossa filha
Assim como é nossa irmã.
Mãe na dor!... Bendita seja!...
Escrava de toda hora,
Honra as lágrimas que chora,
Nas dores por onde vai!...
Sem esposo que a proteja,
Sem arrimo, sem tutela,
Em Deus que sofre com ela
Encontra a Bênção de Pai.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Irene de Souza Pinto.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

ESCOLHAS


É possível te admires das alterações que, por vezes, te desafiam o entendimento nas criaturas amadas.

Aqui determinada jovem terá sido preparada, com vistas a encargos artísticos, pelo carinho doméstico, no entanto, terá preferido os serviços de culinária, tão dignos de consideração quanto à musica.

Além, certo rapaz, a quem se ofertou condições positivas para o destaque na ciência, se aconchegou, de inesperado, aos labores do campo.

Assim ocorre na vida sentimental.

Se tens o ânimo defrontado por essa espécie de surpresa, enuncia com bondade o teu diverso ponto de vista. Entretando, ainda mesmo nos casos em que a escolha dos entes queridos se incline para estradas claramente inferiores, compadece-te e não violentes a confiança daqueles que a Divina Providência te confiou.

Não estraçalhes o nó afetivo nessa ou naquela alma que te desfruta a convivência, porque a Sabedoria da Vida saberá como e quando desatá-lo.

Nem todos te possuem a compreensão amadurecida, tanto quanto nem todos vieram ao mundo para a liderança espiritual ou para o amanho do solo.

Aceita os outros, tais quais são, sem o propósito de modificá-los, a menos que se encontrem na condição da criança que se ergue por argila de Deus em tuas mãos.

Cada criatura caminha na direção das experiências de que se reconhece necessitada.

Ampara-os, sem exigência, para que os teus sentimentos não se tisnem com a dor ou com a revolta, por vezes, imanifestas de quantos se arrastam sob as correntes invisíveis dessa ou daquela imposição.

Ama somente, agindo e servindo para o bem, porque todo coração que verdadeiramente ama, pelas leis do destino, alcançará a colheita do amor que semeia, em plenitude de união e de alegria sem fim.



pelo Espírito Meimei - Do livro: Sinais de Rumo, Médium: Francisco Cândido Xavier.