sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A família


 Você já parou algum dia para pensar como funciona uma colmeia? Já se deu conta de que nela tudo é ordem, disciplina, preocupação pelo todo?
A colméia é formada por células de cera, que se contam aos milhares. Em algumas dessas células existem ovos ou larvas de abelha. Outras servem como depósitos de pólen e de mel. Essas são os favos de mel. Numa colméia podem existir até 70 mil abelhas, que exercem diferentes funções.
As operárias são as que alimentam as larvas, cuidam da colmeia, trazem comida para todos os habitantes da comunidade.  As operárias começam como faxineiras, limpando as células onde estão os ovos. Depois produzem a geléia real que serve para alimentar as abelhas mais jovens e a rainha. Também trabalham como babás alimentando as abelhinhas mais crescidas com pólen e mel. Com dez dias de vida elas se tornam construtoras. Começam a produzir cera, que lhes permite construir e remendar as células da colméia.
A rainha tem como tarefa botar ovos, dos quais sairão as operárias, os zangões e as novas rainhas. No verão chega a botar em um só dia mil e quinhentos ovos. O zangão, desde que nasce, tem por tarefa a procriação com a rainha. Depois morre.
Tudo na colmeia reflete ordem, equilíbrio. As operárias são também as que saem da colmeia para buscar a matéria prima de que necessitam. Estranhamente, elas nunca se enganam no caminho de volta para casa, para onde retornam com sua preciosa carga. Embora sua vida seja curta, de cinco semanas apenas, elas não se cansam de trabalhar pelo bem-estar de toda a equipe.
Podemos pensar na família como uma colmeia racional. Cada um tem sua tarefa a cumprir, visando o crescimento da pequena coletividade, como exige o lar. E todos são importantes no desempenho do grupo doméstico. É no seio da família, na intimidade do lar, que se vão descobrir operárias incansáveis, trabalhando sem cessar, não se importando consigo mesmas. Em constante processo de doação. É na família que se aprende a transformar o fel das dificuldades, as amarguras das incompreensões no mel das atenções e do entendimento. É ali que se exercita a cooperação. Afinal, como a família é uma comunidade, há necessidade de ajuda mútua. Quando a família enfrenta as dificuldades com união, cresce e supera problemas considerados insolúveis. Para que a família progrida no todo, cada um deve se conscientizar de sua tarefa e realizá-la com alegria.
É por este motivo que as crianças devem ser incentivadas, desde cedo, a pequenas tarefas no lar.
Retirar os pratos da mesa, lavar a louça, aquecer a mamadeira do menorzinho.
Renúncia a um pequeno lazer para satisfazer o outro. Nem que seja somente a satisfação da companhia ou de um diálogo amistoso.
Se na colmeia familiar reinar o amor, conseguiremos com certeza ter elementos para uma atuação segura, verdadeiramente cristã, junto à família maior, na imensa colmeia do mundo.
*   *   *
A família é abençoada escola de educação moral e espiritual. É oficina santificante onde se burilam caracteres. É laboratório superior em que se refinam ideais.
Momento Espírita, com base no cap. 15, do livro Rosângela,
 pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Com os olhos da alma

         O que aconteceria se todos nós, em nosso cotidiano, saíssemos às ruas com a câmara fotográfica da alma, a máquina filmadora da mente e o microfone do coração?
Isso mesmo. Que tal se todos nos tornássemos repórteres de um jornal imaginário mas importantíssimo: O nosso diário?
Estamos habituados a ler as manchetes jornalísticas que falam da violência, da queda das bolsas de valores, de maldades e tragédias.
Não seria excelente se criássemos um jornal particular de coisas boas, elevadas, sadias? Será que existem?
Dia desses fizemos uma experiência. Saímos em nosso carro,  levando justamente os aparelhos que mencionamos.
Depois de rodar por ruas e esquinas, fomos surpreendidos próximo a uma favela por um movimento diferente. Seria um protesto?
Logo, um homem enorme, de bermuda e camiseta, interrompeu o trânsito. Um grupo de moradores da superfavela pareceu vir em nossa direção. Seria um assalto?
Eram homens, mulheres e crianças com foices e tesouras. Atravessaram a rua carregando carrinhos pequenos e grandes cheios de mato.
Então, ligamos a câmara fotográfica da alma e o microfone do coração para registrar a cena. Eram os moradores da superfavela.
Trabalhadores. Mulheres faxineiras, domésticas e homens habituados ao trabalho braçal, de sol a sol. Era seu dia de folga. As crianças também não tinham aula naquele dia.
Porque o mato do lado da favela já estava a mais de um metro de altura, eles haviam resolvido limpar o terreno que bem poderia servir para os garotos chutarem bola nos finais de semana e feriados.
Os menores, andar de bicicleta e correr. Os bebês, tomarem sol no colo das suas mamães.
Dia de descanso. Dia de limpeza geral. Mutirão da ecologia. Lição de solidariedade. Trabalho conjunto para o bem de todos.
Quando a longa fila terminou de desfilar, o trânsito foi liberado e prosseguimos.
Dia seguinte passamos por uma escola. Hora de aula, mas três garotos, de uniforme, estavam no jardim. Um deles tinha uma mangueira e outros dois estavam com regadores.
Ligamos o microfone do coração e a filmadora da mente para não perder a cena.
As flores balançavam ao vento, agitando suas hastes, felizes pelas gotas d'água que as refrescavam do calor do dia.
Um caco de vidro resmungou: Por isso o Brasil não vai prá frente. Ao invés de estudar, eles ficam molhando plantinhas.
O canteiro, cheio de rosas coloridas, atraiu uma garotinha da primeira série que se aproximou e falou:
Eu gosto desta escola porque tem flores. João, eu posso ajudar?
Descemos do carro, recolhemos o caco de vidro e o jogamos em uma lata de lixo logo adiante. Voltamos para casa com belas fotos, interessantes histórias e imagens maravilhosas de cenas de amor à natureza e aos homens.
*   *   *
Quando cada qual se dispuser a realizar a parte que lhe toca, no concerto do mundo, sem se importar com o que o outro deve fazer, o mundo terá alcançado grande progresso.
As ruas se mostrarão limpas, as calçadas livres de entulhos, as casas bem pintadas, as escolas cheias de flores, os hospitais com belos jardins, para alegrar os que se encontram em recuperação de suas enfermidades.
Quando todos nos empenharmos em fazer o melhor que pudermos, a nossa parte, por menor que seja, teremos atingido o mundo melhor que todos sonhamos.

Redação do Momento Espírita, com base em
 reportagem de Glenda Maier, publicada no
Jornal O repórter, de maio/junho 1999.


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Um jovem de valor


    

Você conhece ou já ouviu falar desses conjuntos residenciais onde moram muitas famílias, num estilo condomínio fechado? 
   Na tentativa de fugir da violência, há algum tempo as pessoas têm buscado uma forma de vida mais segura, isolando-se nos condomínios.
   Todavia, há um tipo de ameaça que não se pode conter com grades e muros: é a ameaça das drogas.
   Os pais, muitas vezes descuidam dessa problemática por acharem que seus filhos estão seguros, vivendo cercados por altos muros e guardas na portaria. Mas, infelizmente, a realidade é outra.
   Há pais que deixam seus filhos pequenos o dia inteiro sozinhos, tendo que sobreviver por si mesmos, sem amparo e sem ninguém.
   Alguns desses pequeninos buscam a ajuda dos vizinhos, para esquentar a comida que está pronta desde o dia anterior, ou para se queixarem das dores que sentem.
   Quando os vizinhos não estão assoberbados demais, atendem esses filhos de ninguém, por pensarem que bem poderiam ser seus filhos a mendigar uma migalha de atenção dos estranhos.
    Outros, no entanto, os dispensam logo, pois não querem preocupações com filhos alheios.
    Mas, em meio a todas essas situações, descobrimos um jovem que se preocupa com essa situação
    Certamente um jovem de muito valor.
    Conta ele que, quando criança, viveu por alguns anos em um conjunto residencial de classe média e fez lá muitos amigos.
    Um dia, sua família mudou-se para outro lugar e só depois de muito tempo ele voltou à sua antiga morada para descobrir, com muita tristeza, que vários dos seus amigos de infância estavam dependentes de drogas.
    Ele se indignou com a situação mas não pôde fazer nada por seus amigos. No entanto, com o forte desejo de evitar que as crianças que vivem hoje naquele condomínio adentrem também pelo mesmo caminho, ele resolveu fazer algo.
    Dentro do seu coração juvenil entendeu que, se os garotos pudessem ocupar o tempo praticando esportes, talvez não caíssem nas malhas mortíferas das drogas.
    Assim pensando, criou uma escolinha de futebol e convidou a garotada para aprender a jogar.
    Mas aquele jovem especial não ensina somente as regras do futebol aos seus pequenos alunos. Ensina, principalmente, as regras da boa conduta, do respeito mútuo, da verdadeira amizade.
    Incentiva-os a estudar, pede-lhes o boletim da escola e felicita-se quando seus aprendizes tiram boas notas.
    Visita-os em seus apartamentos, promove campeonatos com times de outros condomínios, envolve a garotada com fraternidade e muito carinho.
     E não pensem que ele só faz isso na vida, não, pois ele também estuda e trabalha, como qualquer outro jovem da sua idade. O tempo que ele dedica na promoção daqueles meninos é o tempo que ele poderia estar utilizando em algum lazer ou outro interesse próprio.
     Esse moço é apenas um jovem comum, confundido com outros tantos jovens. Mas ele tem uma característica muito especial: preocupa-se com o futuro das crianças. Talvez mais que os próprios pais delas.
     Ele entende que, dando-lhes uma ocupação útil, talvez possa evitar que sejam adotadas por um traficante de drogas.
     Apenas um jovem como outro qualquer...    Certamente um jovem de muito valor...
*   *   *
Se você é um desses pais ausentes, pense com muito carinho a respeito do assunto das drogas.
Há pais tão alheios ao que seus filhos fazem, que nem se dão conta de que eles estão na esquina ao lado, usando drogas num grupinho de amigos.
Se você realmente ama seu filho, vale a pena atentar para essa problemática que vem se agravando mais e mais entre os jovens.
Vale a pena cuidar bem da sua criança, pois não há dinheiro que valha a vida desse pequeno tesouro que Deus lhe confia.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

CORAGEM PARA MUDAR






Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.

Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Muitos dos conflitos que afligem o ser humano decorrem dos padrões de comportamento que ele próprio adota em sua jornada terrestre.

É comum que se copiem modelos do mundo, que entusiasmam por pouco tempo, sem que se analisem as conseqüências que esses modos comportamentais podem acarretar.

Não se tem dado a devida importância ao crescimento e ao progresso individual dos seres.

Alguns crêem que os próprios equívocos são menores do que os erros dos outros.
Outros supõem que, embora o tempo passe para todos, não passará do mesmo modo para eles.

Iludem-se no sentido de que a severidade das leis da consciência atingirá somente os outros.

Embriagados pelo orgulho e pelo egoísmo deixam-se levar pelos desvarios da multidão sem refletir a respeito do que é necessário realmente buscar-se.

É chegado o momento em que nós, espíritos em estágio de progresso na Terra, devemos procurar superar, de forma verdadeira, o disfarçado egoísmo, em busca da inadiável renovação.

Provocados pela perversidade que campeia, ajamos em silêncio, por meio da oração que nos resguarda a tranqüilidade.

Gastemos nossas energias excedentes na atividade fraternal e voltada à verdadeira caridade.

Cultivemos a paciência e aguardemos a benção do tempo que tudo vence.
Prossigamos no compromisso abraçado, sem desânimo, sem vãs ilusões, confiando sempre no valor do bem.

É muito fácil desistir do esforço nobre, comprazer-se por um momento, tornar-se igual aos demais, nas suas manifestações inferiores.

Todavia, os estímulos e gozos de hoje, no campo das paixões desgovernadas, caracterizam-se pelo sabor dos temperos que se convertem em ácido e fel, passados os primeiros momentos.

Aprendamos a controlar nossas más inclinações e lograremos vencer se perseverarmos no bom combate.

Convertamos sombras em luz.

Modifiquemos hábitos danosos, em qualquer área da existência, começando por aqueles que pareçam mais fáceis de serem derrotados.

Sempre que surgir a oportunidade, façamos o bem, por mais insignificante que nosso ato possa parecer.

Geremos o momento útil e aproveitemo-lo.

Não nos cabe aguardar pelas realizações grandiosas, e tampouco podemos esperar glorificação pelos nossos acertos.

O maior reconhecimento que se pode ter por fazer o que é certo é a consciência tranqüila.

Toda ascensão exige esforço, adaptação e sacrifício, enquanto toda queda resulta em prejuízo, desencanto e recomeço.

Trabalhemos nossa própria intimidade, vencendo limites e obstáculos impostos, muitas vezes, por nó mesmos.

Valorizemos nossas conquistas, sem nos deixarmos embevecer e iludir por essas vitórias.

Há muitas paisagens, ainda, a percorrer e muitos caminhos a trilhar.

Somente a reforma íntima nos concederá a paz e a felicidade que almejamos.

A mudança para melhor é urgente, mas compete a cada um de nós, corajosa e individualmente, decidir a partir de quando e como ela se dará..

Mensagem de Joanna de Ângelis, através da psicografia de Divaldo Fraco.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Nós e a natureza




Nossa vida neste Mundo... Tão breve. E agimos como visitas inconvenientes.

Exaurimos o lugar em que vivemos, revolvemos as entranhas da Terra, amontoamos toneladas de lixo, poluímos as águas, matamos as árvores, extinguimos os animais. 

E agora, que as conseqüências da aventura humana se fazem notar, nós, que desrespeitamos a vida, tememos pelo amanhã. Encolhemo-nos assustados: “Que virá?”, perguntamos.

Silêncio por resposta.

No fundo das consciências, sabemos que a razão para esse estado de coisas é que nos afastamos da natureza, passamos a nos ver separados dos demais seres. 
Dividimos o Mundo e abrimos um abismo entre nós e o restante da Criação.  E, no entanto, por toda parte, a vida nos revela que somos irmãos de todas as criaturas.   Em nossas veias corre sangue alimentado por minerais como ferro, potássio, manganês e zinco. Somos irmãos da terra.

Nosso corpo é constituído por mais de 75% de líquido. Somos irmãos da água.

A seqüência genética revela que nossos gens são semelhantes aos de ratos e outros animais. Somos irmãos – ou pelo menos primos – de todos os bichos.

As vitaminas das frutas e vegetais se integram ao nosso organismo e mantêm a vida física.

O gás carbônico que expiramos será absorvido pelos vegetais: somos irmãos das plantas e das árvores.

No interior de nossos pulmões, o oxigênio transita livre, nutrindo a vida. Somos irmãos do ar.

Nosso corpo é formado do mesmo material que estrelas, pássaros, flores e pedras. Então, ser parte da irmandade universal é muito mais que uma bela figura simbólica.

Somos verdadeiramente parentes de tudo o que existe. Estamos integrados na Criação de Deus. Astros, plantas e nós somos uma família que está unida na grande caminhada que chamamos vida.  Essa imensa integração deveria nos servir de profunda reflexão: será que estamos de fato agindo como irmãos dos outros seres?  Agir como irmão é zelar, cuidar, preservar. É assim também que demonstramos nosso amor a Deus: tratando com bondade, compaixão e amor a todas as coisas e seres que Ele criou.  No entanto, passamos pela vida desatentos a esses pequenos gestos. É um sinal inequívoco de que precisamos repensar atitudes egoístas.  Já não é mais tempo de desperdiçar comida, amontoar lixo desnecessariamente.
 Já não mais podemos sujar fontes de água. Ou mudamos de atitude agora ou nos tornaremos uma ameaça ao futuro de nossa espécie na Terra.

O planeta está exausto e as conseqüências dos excessos humanos já podem ser vistas: tsunamis, furacões, efeito estufa, aquecimento global.

São sinais de alerta de que nosso mundo azul está cambaleante, abatido. É a nossa hora de agir, de demonstrar gratidão a Deus mediante atos generosos, conscientes e responsáveis.

Assim, quando nos decidirmos afinal a cuidar do planeta que nos acolhe; quando adotarmos uma postura de responsabilidade perante o mundo em que vivemos; quando nos sentirmos tocados pela compaixão por todas as criaturas, vale a pena lembrar que não estamos fazendo favor algum: é nosso dever. Simples e básico dever. 
Faça da Terra um lugar muito mais feliz. Não esqueça que nele viverão seus filhos e netos, as gerações futuras. Ou você mesmo, em uma próxima existência.

Redação do Momento Espírita